sábado, 14 de abril de 2012

25, 26 e 27.02 – Primeiros ensaios no palco



Hoje dia 25.02 ocorreu o primeiro ensaio no palco da Großes Haus. Cheguei ao teatro de manhã, empolgado pelo fato de que ensaiaríamos no palco principal do teatro. Tudo já estava pronto. Uma réplica do cenário estava montada em tamanho real. Uma das casas que compõe o cenário já estava no seu formato quase definitivo e muitos técnicos trabalhavam para ajustar tudo.

Palco preparado para o ensaio. Casa 2 - quarto de Gilda em versão provisória para ensaio. No fosso da Orquestra estão o diretor Thomas Krupa e Tim Jetzten (Assistente).
Técnico finalizando a Casa 1 do cenário provisório.


O foco principal do ensaio foi testar a movimentação do palco giratório no tempo das cenas e da música. Conheci a figura da inspizienz, Petra Deißler-Benoit. Que seria a chefe de palco. Eu e Petra nos tornamos amigos, uma pessoa de alma belíssima. Ela que coordena desde uma central os técnicos, a movimentação do palco, a gravação de cenas e o contato com outros setores do teatro.


Central de operação do Inspizienz (chefe de palco)

O ponto era a transição de palco para a entrada de Sparafuccile, a movimentação para a chegada do quarto de Gilda, depois, para o terceiro ato até a morte de Gilda onde ocorreriam muitos efeitos.
Utilizando uma versão de Rigoletto gravada em CD, testamos os tempos da música num exercício minucioso.
No ensaio de palco, também, tivemos o primeiro contato com o coro e era preciso inseri-lo na encenação. Quanto trabalho. Mais de 25 pessoas para serem organizadas organicamente nas cenas, compondo situações e dinamizando o trabalho. As atrizes que estavam trabalhando como figurantes mostraram-se extremamente importantes neste processo. Elas garantiam um mínimo de ritmo na movimentação do coro e davam vida à ele. Parecia-me, por vezes, que um coreógrafo conseguiria resolver rapidamente aquelas cenas. Contudo, Thomas parecia buscas soluções no âmbito da encenação, do teatro. Queria o aktiv e queria o kontakt.
No primeiro dia tudo transcorreu de maneira tranquila.
No dia seguinte, para minha surpresa Tim ausentou-se do ensaio. Assumi sozinho, a função de Assistente de Direção. Foi muito tenso, sentia estar atrapalhando o tempo todo. Mantive-me sentado anotando marcas e me mantendo atento ao libreto para quaisquer eventualidades. Thomas ficava muito irritado quando necessitava encontrar uma página e ninguém dizia rapidamente qual era. Tim era muito bom nisso, em antecipar as necessidades do diretor.
Os três ensaios no palco, ficaram centrados na inserção do coro na estrutura das cenas. A orquestra ainda não compareceu aos ensaios. Houve também testes de figurinos e chegaram as Máscaras.
Em geral, os ensaios no palco são um pouco tensos. Por um lado por chegarem agora os cantores do coro. Por outro, por ser ali o lugar e o momento em que surgem os problemas, ou, eles se tornam visíveis.
Hoje (27.02) particularmente, esta sendo interessante ver como se trabalha com um grande número de pessoas no palco. É preciso equilibrar a cena e conseguir os efeitos desejados fazendo com que todos ajam.
Aos poucos a estrutura da cena foi sendo desvelada. Isto se deu a partir da compreenção das relações entre os personagens na cena.
As relações foram de certa forma definindo os lugares e o desenho da cena. Também a atmosfera e a energia foram sendo encontradas.
É impressionante como a compreensão precisa dos objetivos e tarefas ajuda no desenrolar orgânico e funcional da cena.
Novamente ficou evidente o problema dos atores com excesso de ação ou de fazeção. Thomas disse para a atriz: “fica aqui e não faz nada”.
Fomos para o intervalo e na sequência experimentamos a ária de Gilda com o coro fazendo bonecos. Foi lindo.
Thomas insistia muito para que as atrizes fossem orgânicas. Algo parecia não acontecer na cena. O problema era foco talvez? Realmente, porém, outro problema ficava evidente. Os cantores trabalhavam no ritmo da música e a cena parecia pedir outro ritmo.
Parece que a questão é mais do que meramente coreográfica. É de ação. É encontrar o desenho do conflito. Resolver as relações.
A questão da situação apareceu com força. Por vezes parece que uma intervenção coreográfica resolve, mas, é ilusão. Apenas a compreensão da situação e seu desenho exato pode resolver a cena. No caso da cena com o coro, em que Gilda é raptada, o problema estava justamente na falta de uma situação definida para o coro. Não há situação, este é o problema.


Seguem fotos do primeiro ensaio no palco com uma versão provisória do cenário:



Uma das casas quase concluída em sua versão definitiva.

Vista do cenário sobre o palco e a extensão do palco ao fundo onde outros cenários são guardados.

Cenário com partes originais em processo de construção e outras partes provisórias.


Teste de projeção sobre cenário provisório.

Cenário provisório, coro e solistas.

Quarto de Gilda em sua configuração provisória.

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