É curioso como a cada nova cena o diretor senta com os atores e fala sobre a referida cena. Há uma análise de significados e depois a ação. Não é uma leitura de mesa e nem uma análise semiótica, mas, uma conversa sobre intenções, ação, sobre perguntas. Oque faz? Porque faz? etc.
Eles analisam a trajetória da ação do personagem e da cena. O que move os personagens? Que ações e que intenções?
"É importante você construir a imagem deste estado, desta situação, desta sensação." Thomas Krupa
É interessante perceber como na ópera a música oferece o tempo ritmo da ação tanto para a ação quanto para a fala. É preciso, porém, ajustar a conexão com o ritmo da música. Nesse sentido, a estrutura de ação aparece como sendo o "onde olhar e onde não e por quanto tempo, para onde vai e porque, qual a intenção, o desejo, qual a trajetória no espaço." A ação, porém, não pode ilustrar o ritmo da música. Não pode ser uma dança no compasso da música ou fica entedioso e brega.
Como o canto é físico e absolutamente concreto, não há espaço para sentimentalismos. Há espaço apenas para conexão e ajustamentos.
É ótimo ver a atitude de Thomas o tempo todo. Muito paciente, amável e gentil com os cantores e com a equipe. Todos dizem muito "por favor", "desculpa", é legal.
Hoje me perguntei: O que tem a ópera que o teatro não tem e o teatro que falta à ópera e vice-versa? Percebo que na ópera há algo bom que falta ao teatro. Principalmente após assistir a uma peça de teatro aqui. Seria ação e história? Seria drama?
Há um detalhe do processo de elaboração de marcas. Um delicado processo de direção de movimentos a partir do que os cantores propõem. Neste processo, faz-se também uma análise das cenas e da ação.
Thomas citou Heiner Müller... mas, não consegue entender bem... chato!!!
Este blog registra e reflete sobre o processo vivenciado por mim como Assistente de Direção Estagiário no Theater Freiburg na cidade de Freiburg im Breisgau na Alemanha entre os dia 06.02.2012 e 17.03.2012, durante a montagem da ópera Rigoletto de Giuseppe Verdi com direção de Thomas Krupa. O estágio contou com o financiamento do Ministério da Cultura do Brasil por meio do Edital de Intercâmbio e Residências Artísticas.
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