Em uma conversa com uma
das atrizes do elenco estável de atores do Theater Freiburg, pude conhecer um
pouco mais a cena teatral alemã e o trabalho dos cantores na ópera.
Ela me falou que os
cantores de ópera são acomodados, sabem cantar e ponto, isto basta.
Interessante é quando você enxerga um cantor e busca algo mais (citou a
montagem de Otelo e a sopranista).
O paradoxo do cantor de
ópera é a música. É uma estrutura fechada, dura. Conseguir fluir e ser vivo
dentro dela é o desafio. Quem consegue é genial. Como Callas.
Disse ela: “quando vejo
um espetáculo de ópera, me interessa perceber quem busca algo mais...”
No que diz respeito aos
teatros estatais, nem tudo é perfeito.
A conversa começou com
algumas insatisfações deles em relação ao trabalho. Um problema é o excesso de
atores na Alemanha. Todos os anos saem das escolas mais de 20 mil profissionais
que buscam vagas nos teatros estatais. Logo, há muita oferta e assim
dificuldade em se manter em um teatro por longo tempo. Há, também, mais
mulheres do que homens na profissão o que dificulta o campo para as mulheres.
Tanto ela quanto outros
atores manifestaram o desejo de ter um ano livre. Um ano sem a burocracia do
teatro estatal, sem estar em cartaz com várias peças ao mesmo tempo. Um ano
para experimentar, fazer cursos etc.
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