segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Konzeptionsgespräch


Mein erste treffe mit Tim (Regieassistent oficial) foi ótimo. Logo falei de minha dificuldade com o alemão e ele compreendeu. Disse que o importante era sempre dizer "não entendi" e nunca fazer de conta que entendeu e fazer errado. As coisas nos ensaios precisam ser rápidas.
Tim me apresentou o teatro. Um espaço fantástico. Muito grande e cheio de salas. Me mostrou o setor de cenografia, de áudio, de figurino, o palco (Bühne) (onde um espetáculo (stück) era apresentado). Me chamou a atenção a equipe envolvida nos bastidores. Contra-regra para levar a atriz para a coxia do outro lado. Contra-regra para troca de roupa, para os efeitos, a cabine de luz sendo no fundo do palco e a operadora trabalhando através de uma câmera. Tudo é muito profissional, parece uma empresa, uma fábrica.
No setor de cenografia havia uma sala gigantesca com máquinas e outra com cenários de produções ainda em cartaz, fantástico.
Me mostrou, também, o escritório dos assistentes. Uma sala bem legal com café, escrivaninhas, computadores etc. Uma vista belíssima. Conheci o setor administrativo e cantina também.
No que tange a lingua, creio ter entendido grande parte do que Tim falava. Porém, não tenho certeza de ter entendido corretamente. Tim me mostrou e explicou sobre o livro dos ensaios que contêm o libreto e no lado espaço para as anotações. Explicou que utiliza um sistema de códigos e desenhos para anotar as coisas. Conversamos sobre encenações e óperas. Sobre a modernidade na cena e na atualização de clássicos.
Hoje a noite vamos ter o primeiro encontro como diretor e toda a equipe. Será para a Konzeptionsgespräch.

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A noite, cheguei as 18h. Estavam já todos na Sitzungszimmer. Tim me apresentou à Barbara Mündel, a diretora (Intendaz) do Teatro Freiburg. O cenógrafo havia posicionado suas maquetes e o diretor Thomas Krupa estava sentado na cabeceira da grande mesa.
A Probe começou com uma fala da Barbara Mündel que desejava as boas vindas a todos e elogiava o diretor. Em seguida, Thomas tomou a palavra e começou a falar da sua concepção de Rigoletto para esta montagem.
Falou do universo temático enfatizando que trabalharia com surrealismo. Para ele Rigoletto é um clown e vive como um louco. Usou a metáfora tsuname como sendo o que ocorre na cabeça do personagem. Para ele isto era um universo surrealista. Como se Rigoletto estivesse num hospital para doentes mentais. Para ele, Rigoletto tem dificuldade em se adequar ao sistema e sua busca é pela identidade. Seu conflito está em não aceitar ser o bufão da corte a ponto de esconder sua filha. Há, ainda, uma espécie de desejo erótico pela filha que é mantida no cárcere de sua casa. Nesse sentido, a filha, ao se apaixonar pelo Duque vê nele a utopia da liberdade. Felicidade é estar livre. O Duque para Thomas, é uma utopia ou melhor seria dizer que é um lugar (Raum). Um lugar de liberdade.

Ao apresentar a concepção, chamou a atenção o fato de que um tripé estava instituído. O diretor, o dramaturg e o cenógrafo. Os três pareciam em uma grande sintonia. Thomas disse, inclusive, que o dramaturg era seu braço direito. Quando o cenógrafo falou e nas falas do próprio Thomas, havia um lugar de importância muito grande da cenografia na definição da concepção como se ambos tivessem elaborado aquilo juntos. O cenógrafo deu forma tridimensional e em imagem, das ideias de Thomas sobre o espetáculo. O cenógrafo trouxe várias fotos de onde havia se inspirado e mostrou uma grande maquete em madeira, além de um painel onde haviam fotos da maquete com pequenos efeitos de iluminação. Muito mágico.

Houveram algumas discussões. Os cantores/atores tiraram suas dúvidas e tudo terminou após uma hora de conversa. Após socializamos um pouco nos cumprimentando e nos conhecendo. O protagonista da ópera (Rigoletto) será interpretado por um cantor mexicano. No elenco há uma cantora chilena e dois orientais (China ou Vietnan) os outros alemães.


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