sábado, 14 de abril de 2012

07.03.2012 - Problemas de Ritmo... na ópera??



Hoje ocorreu um ensaio de 2 horas para acertar movimentação do palco, tempos e etc.
Durante a tarde, ensaio de luz e agora a noite, ensaio geral.
O ensaio geral é feito com luz, figurino, cenário e até legenda. Vai ser muito legal.

A função do assistente de direção aqui é a mesma do Brasil. Anotar o que o diretor fala, seus apontamentos etc.

Começou o ensaio.
De imediato apareceram os problemas de ritmo. Curioso pensar em problema de ritmo em se tratando de uma ópera.
Ficou evidente que em cenas de grupo é importante organizar os núcleos.
É ótimo ter um ensaio geral com 2 semanas de antecedência. Ter o tempo para arrumar e perceber todos os problemas com grande antecedência.
A sensação após o primeiro ensaio geral é sempre desoladora. Muito trabalho por ser feito ao mesmo tempo em que há um bom resultado já alcançado. A imagem que ficou para mim é a do diretor sozinho no palco ao final. Colocou seus óculos e procurou alguém na plateia. Não parecia buscar ninguém, somente uma resposta, talvez. Uma aprovação ou desaprovação. Qualquer coisa.
O ponto mais problemático me pareceu ser as últimas cenas, ou seja, as menos ensaiadas. A luz precisa de suplementos e a cenografia funcionou maravilhosamente.
Após o ensaio, nos reunimos na cantina para conversar.
Thomas falou com todos. Começou indicando um filme de Felini para Fausto. Outra referência cinematográfica para todos foi Tarantino.
É tão lindo trabalhar com profissionais sem pessoalidades, sem ego, com compreensão, carinho e afeto.
Tanto o teatro como a ópera são artes feitas a partir do encontro entre pessoas. Este encontro não precisa ser transcendental, mas, apaixonado. Não precisa ser monástico, mas, lúdico, inspirado, leve, conflituoso e criativo.
Estou realmente emocionado. Triste, também, por estar tão próximo de eu voltar para o Brasil.
-- Para mim, o principal problema ontem, esteve na luz, nas entradas e saídas e em algumas cenas mecanizadas e não compreendidas. Também, problema de ritmo.
Thomas busca, me parece, o entendimento do lugar de cada coisa na obra do autor. Qual a função do coro em Verdi? Certamente há características que o diferenciam de um coro de outro compositor.
Perceber, também, o que é exagerado e que precisa ser dosado é um ponto fundamental.
As artes d palco são sempre amplamente mutáveis. Hoje a não funcionalidade da árvore e da fonte no quarto de Gilda fez com que buscassem de imediato uma nova solução. A ideia foi abolir a tridimensionalidade e colar as imagens na parede de modo bidimensional.
A cena ficou limpa e aberta.
Na iluminação um truque interessante. Utilizaram fluorescentes comuns. São 4 lâmpadas como fluorescentes nas laterais do palco.


Ensaio com o Coro em cenário original. 
Quarto de Gilda original carecendo apenas de acabamento.

Cenário quase finalizado.

Cenário original quase finalizado.

Vista do cenário quase finalizado. No palco estão o cenógrafo Simeon Meier (em amarelo) e Petra (inspizienz). 

Iluminação sendo experimentada sobre o cenário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário