sábado, 14 de abril de 2012

12.03.2012 - Ritmo, ou você tem ou você não tem.



Tim conversou comigo sobre o ensaio musical.
Segundo ele não foi muito bom. Os cantores estão com problemas musicais de  ritmo e afinação. Este ponto me parece importante ser refletido. Ele disse que muitas vezes os cantores são livres, sem medo, bons atores etc, mas, não são precisos em afinação e ritmo. Às vezes os cantores têm as duas qualidades.
Tim foi drástico ao afirmar: “Ritmo é uma coisa que você tem ou não tem.”
No ensaio com o pianista, ele pode atrasar ou esperar etc. no caso da orquestra, ela vai e você precisa estar com ela e sobre ela. Como se estivesse cavalgando. A orquestra é o cavalo.
A cena trabalhada foi o prelúdio de Juan. Quando ele entra como clown sozinho no palco.
Legal o modo como Thomas constrói a relação dele com a orquestra e com o público visando o estabelecimento do leitmotiv e introdução da história.
É curioso como o cantor é obrigado a fazer uma cena de clown sem ter sido iniciado. Ao mesmo tempo é legal como não tem misticismo no clown.
No final funcionou e ambos, diretor e cantor descobriram pontos interessantes como a relação de Rigoletto com a Orquestra. De como e porque ele pega o instrumento de sopro e etc.
Hoje fiquei profundamente emocionado com o trabalho de Thomas com Juan na cena clownesca. Foi muito lindo ver Thomas trabalhar. Vejo muito a ideia de contato no modo como ele trabalha com os cantores. Ele se envolve e joga junto com o ator. Está junto intensamente dando energia e inspiração.
Lembrei, também, da professora Rosane Cardoso. De suas aulas, dos momentos com ela no Caixa Preta, da intensidade da sua relação com os alunos. Rosane compareceu ao ensaio aqui hoje, ao menos em minha memória. Foi um momento lindo.
Thomas busca na cena que está sendo trabalhada agora com a cantora que substitui Madalena, a compreensão de que não se trata apenas de lugares no palco para estar e cantar. Também não se trata de olhar por olhar, como marca. É ação, é aktiv. Thomas leva os cantores a perceberem todos os momentos, os micromomentos de ação.
A questão é sempre: como resolver na cena? Concretamente.

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